segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Perdoem-me, oh descendentes de Asclépio...

Ontem tive que ir ao hospital Garcia d'Orta.
Não gosto de lá ir. Ninguém gosta. É sempre mau sinal termos que ir ao hospital.
Não era nada de muito grave, felizmente.
Cheguei perto das 23h.
Perdi o embate entre o Zezé Camarinha e os outros bacocos da Casa do Putedo, Burredo, Degredo, do que lhe queiram chamar.
Só isso já deixaria o comum dos mortais em brasa!
Por ser Domingo, perdi também todos os programas sobre futebol onde se discute o que toda a gente já sabe, perdi mais 2h sobre os putos do Meco, as praxes académicas e o reaparecimento do bebé madeirense.
Como nada de importante sobre a vida em geral dos portugueses se debate na TV, acho que felizmente não perdi mais nada do que tempo numa sala de espera fria e desconfortável dum hospital.
45 minutos depois de ter feito a inscrição de um bebé de 6 meses (sim, porque estamos a falar de uma ida à urgência pediátrica), fui chamado.
A primeira coisa que oiço da boca da xotora da triagem após descrever os sintomas da criança foi:
"As bronquiolites curam-se em casa, ok?"
Passadas 3h, estava em casa com o recituário...vapores!!
Apraz-me dizer o seguinte sobre isto e dirijo-me aos doutores que servem nos hospitais públicos deste pobre país:
-Eu compreendo que não gostem de trabalhar de noite, que sejam mal pagos e que vos tenham retirado alguns direitos, por culpa da crise e da troika e das politicas fascistas deste Governo e do sr. Paulo Macedo.
Mas, eu não sou o sr. ministro, nem faço parte deste Governo, nem votei neles, nem defendo as políticas de saúde praticadas pelo vosso ministério.
- O que eu quero é que me tratem bem, porque no fundo, sou um dos vossos patrões.
Se eu soubesse diagnosticar uma unha encravada, não ia ao hospital com 2 putos às costas até às 3 da manhã.
Se eu soubesse quais os sintomas de uma bronquilite e pudesse receitar tratamentos ou medicamentos, era um colega vosso. Mas, apesar de muitos anos na escola (alguns no mesmo ano para perceber bem a matéria), não sou. Logo, dirijo-me ao hospital.
Peço desculpa por incomodar.
Garanto-vos que foi a última vez.
Aguardar 45 minutos com uma criança nos braços, enquanto espero que se dignem a preparar o medicamento que se coloca no aerosol, é manifestamente pouco tempo. E agradeço humildemente terem-me deixado aguardar dentro das vossas instalações.
O que gente incómoda como eu merece é, despido da cintura para cima, carregar ao colo a criança de 6 meses, também ela despida à volta do hospital enquanto, vós preparais a mistura salvadora. Durante horas.
Não é ficar de pé num local cravado de pirralhos doentes a tossirem uns para cima dos outros.
Já aqui mencionei que não sou licenciado em Medicina, mas já incomodo médicos há muitos anos. E nunca me lembro de me terem feito despir todo, para me verem os ouvidos. Eu sei que os canais dos ouvidos ligam à boca e ao nariz, mas presumo que uma bronquilite esteja relacionada com os brônquios e duvido que estes se consigam ver pelas orelhas da criança.
A não ser que fosse a xotora a entrar na moda e estar a praxar-me.
Mais uma vez agradeço o facto de ter sido suave connosco.
Podia ter-nos mandado ir ao Porto Brandão tomar banho, mas preferiu dizer-nos que o facto de a mãe e o irmão da criança estarem com os mesmos sintomas, eram episódios não relacionados entre si e mandar a adulta para a Urgência Geral (com 12 horas de espera) e o pequeno tomar Ben-U-Ron, mesmo sem este ter entrado na sala.
Mais uma vez obrigado.

Prometo-lhes que não os torno a incomodar.
Passarei a usar os seguros de saúde que pago e a arriscar-me a ter um tratamento humano e digno. atento e preocupado.

Perdoai-me, oh semi-deuses da medicina portuguesa...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

So far away...

Poderia o leitor ser levado a pensar que seria esta uma homenagem (mais que justa, diga-se) ao fenomenal tema dos Dire Straits.
Desengane-se porém.
É apenas a tradução literal do quão longe está.
E do longe que está o dia de estar perto.
Tic-tac. Tic...porque o tac, demora a bater.
Mas bate por dentro a saudade, a falta, o Amor imenso que se tem e não se pode dar.
E o dia pára, suspenso por cordéis invisíveis no ar. A vida em pausa.
E o comando sem pilhas para se voltar a pôr no Play ou sequer fazer Rewind e recomeçar.
E ficamos no Still, com a imagem tremida dos velhos leitores de VHS, à espera que alguém traga as pilhas para se voltar ao filme. Um clássico, com a Audrey, o Bogart ou o Dean.
Daqueles filmes que todos queremos viver e que fazem chorar as pedras da calçada, com a cena de Amor final, num "happily ever after".
Em que o actor, consegue libertar-se e corre para os braços da actriz e desaparecem a cavalo no pôr-do-sol de uma praia qualquer.
E enquanto o dia não vem, a cabeça dói, o corpo fica dormente, fuma-se o tempo que falta, anseia-se pelo minuto do abraço, do sentir cada milímetro do corpo, do sorriso, do "Estou aqui! Trouxe as pilhas!".
Até que o dia chegue, morre-se e nasce-se a cada segundo.
Porque não vêm as pilhas? Porque não carregam no Play?
A resposta, essa, está...so far away.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

É oficial!!!

OK, amigos e amigas, meninos e meninas, senhoras e senhores, leitores e quem por aqui nunca passou...


Miguel Branco vai voltar a palcos em Setembro de 2011 com um novissimo set de stand_up comedy.

Acompanhe o blog na Secção "Estórias ao Vivo" para ficar a saber as datas e locais.

Até lá, vá passando por aqui.

Beijos, abraços e palmadinhas que agora acho que reduzem a celulite e coise.

domingo, 3 de julho de 2011

Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Bem, o que se passou foi o seguinte:

"Eu conhéci uma quenga, qui mi quiria devorá, mais achava queu era pató.
Mi levou lá no motéu e rébolou a bunda pra cima e pra baixo, até eu ficá doidjinho.
Dépois párou e mi pédiu uns cobri.
Antis disso, foi no banhêro e mijou no vaso.
Quando voltou, eu disse à ela qui não tinha nada prá li dá e ela mi chamou di pé rapado.
Ela si arrumou e saiu.
Foi áí qui coméçou os pobrema.
Ia cuma cara como si tivesse visto o capeta.
Eu, cheio di boas intenção, ainda li oféréci carona, mais ela mi disse pra ir tomá nó cú e qui ia di ônibus.
Soltou-se uma baita discussão até qui um cafetão que estava na porta do boteco tomando chope, veio mi encará.
Ela chamou ele di gostoso e dissi à eli queu estava curtindo com a cara dela.
Foi então qui o cara de pau, puxou dum fuziu e dissi queu ia tomá uns pipoco.
Poxa, erá ségunda coisa qui mi mandavam tomá: primeiro nó cú, dipois uns pipoco.
Genti, é dificíu ségurá dessi jeito.
Nóis partiu prá inguinôrância.
Escolháchámu a cara um do outro, mais o cafageste, sanguinário e aquéla jararaca, consiguiu fuji com ais última prata queu tinha nos bolso e désépáreceram num fusca vérmélhô.
Rápá, deixa eu dizê pá tu qui fiquei québrádo."

E foi assim que aconteceu.

E assim falaremos e escreveremos um dia, neste País que inventou a sua Língua, a divulgou e agora deixa que os alunos ditem as regras...
Aposto que o Luíz Vaz está a tentar furar o outro olho...
Ser-te-ei fiel, Camões.

domingo, 26 de junho de 2011

O Regedor...

O Rei está vivo! Longa vida ao Rei.

Seria assim se fosse no tempo da monarquia.
No condado de Amora, o Rei é D. Manuel I. Da dinastia Pinho. Dos Pinhos rijos que nem cascos de cavalo.
E ontem celebrou-se, ainda que sem flashes e revistas cor-de-rosinha, o seu 87º aniversário.
No dia em que nasceu, seu pai proclamou em terras de Foros d'Amora: "Um grande dia para mim, o primeiro de tormentas e porrada para outros!"
D. Manuel I, o Regedor, governou com mão de ferro.
Ainda hoje e apesar dele ser totalmente contra, se fazem apostas entre os seus súbditos de quão bom PIDE ou GNR dos antigos teria sido.
Quem lhe "cagasse" ao caminho, ganhava ali um ódio de estimação ad aeternum.
Mesmo os que nunca conheceu, D. Manuel I odeia, tal como Herman José, o "Maricacas" (apesar de toda a família adorar o Herman) e Fernando Mendes, o "Guloso". E odeia-os com tamanha força que não perde um programa destes senhores, para lhes atirar com impropérios e ofensas gratuitas.
O Regedor, detesta atrasos e falta de pontualidade.
Recorda um dos seus netos ao cronista, que numa ocasião (termo D. Manuelino), pediu a seu avô para o acordar às 7 horas da manhã, pois no dia seguinte teria que ir engrossar as fileiras das tropas da Pátria.
D. Manuel I, acedeu a tão gracioso gesto e religiosamente telefonou a seu neto.
Infelizmente eram 5h da madrugada. "Sabes, meu neto - disse o Regente - ainda tens que te barbear, lavar e matar o bicho. Vê lá não te atrases."
D. Manuel I, cativou fama de grande agricultor.
Várias foram as vezes em que emissários de outros condados o vieram buscar para que lhes tratasse das terras, dos pomares, que como por artes mágicas, punha a dar rebento com passes de enxertia e emborbulhamento, dignos só de Sua Alteza Real.
O Regedor, casou com D. Esmeralda, (suserana cuja ausência ainda hoje é grandemente sentida pelos seus súbditos), da linhagem Malacato e teve dois filhos.
D. Manuel II e D. Alice.
Sendo o primeiro o filho varão, caíram por inerência sobre a segunda todos os trabalhos de cuidar e subserviência ao Rei, apesar de a sua própria saúde já não lhe permitir grandes larguezas.
Apesar de autoritário, D,. Manuel I, sempre tratou os netos da melhor forma que sabia, não lhes faltando em momentos de aflição, fazendo uso até do seu parco fundo de Fazenda, tendo estes talvez amolecido o coração do velho governante do feudo.
Já debilitado por todos os amoques e achaques próprios da sua adiantada idade, D. Manuel I é agora até objecto de estudo dos curandeiros da corte, visto que a cada 15 dias, é-lhe descoberta uma nova doença. D. Manuel I é, aliás, já uma referência nos almanaques de mezinhas e apotequistas que se reunem para o estudar.
Quando um dos sintomas é relativamente desconhecido, é já aventado pelos estudantes de medicina como um "D. Manuelismo".
Ainda assim, ontem, 25 de Junho do Ano do Senhor de 2011, foi dia de banquete nos aposentos Reais.
Por isso, com toda a estima, elevada consideração, admiração e Amor:

O Rei está vivo! Longa vida para o Rei!

PS: E já agora para quem tem que o aturar.

sábado, 25 de junho de 2011

Tem dias...

...em que olhamos para uma página em branco e esperamos que ela se preencha sozinha. O bloqueio é tal, que o acto de levar as pontas dos dedos às teclas, nos custa tanto como se fossemos deixar tudo para trás.
...em que nos damos conta que há pessoas que sorriem para nós enquanto afiam a faca que nos vão cravar nas costas assim que lhas virarmos, o que nos faz ter receio de dar um pontapé nos tomates do chefe para não partir os dentes das bocas porcas que lhos chupam.
...em que nem o Euromilhões, nos tira de um marasmo parvo. Nem a secção "Portugal" do Correio da Manhã, nos desperta para a triste realidade do país onde vivemos.
...em que nem a voz do outro lado do telefone, nos faz perceber a direcção a tomar, nem dá significado aos sacrifícios que fazemos, dos falsos sorrisos e actos que nos fazem ser tão hipócritas como aqueles que condenamos.
...em que amar só não chega, tendo que se dizer as saudades que se sentem, em que se tem que se ser ternurento e carinhoso, ainda que nunca tivéssemos aprendido a sê-lo, por culpa de ninguém.
Tem dias assim, mas felizmente são menos que os outros.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Alforneilens...

"Alfornelos!!!" - grita o pica no fundo da carruagem.
"O pessoal apeia-se aqui, qu'a gare é mais à frente!" - insiste ele.

A estória no reino da Elizabeth, hoje de visita a Dublin (com o secreto sentido de ir ver o FCP vencer a Liga Europa), é completamente mais moderna.
Não disse melhor, disse mais moderna.
No país 3º mundista que precisa de ajuda dos grandes para sair da crise chamado Portugal, os comboios atrasam-se por dificuldades técnicas.
Aqui, se um pardal atropela um comboio, cancela-se logo e quem pagou, que feche a porta!
Ainda que esse passageiro, tenha um avião para apanhar a 350km do local de óbito do passarito e esteja solidário com a pássara da viúva.
Por pouco, não se chama o PSI (Pássaro Sob Investigação) e o Horatio com o seu torcicolo.

Nesse país atrasado que precisa de um Bailout, estamos a usar um cartão que serve para tudo o que é transporte na zona de Lisboa e que compreende 3 ou 4 empresas de transportes diferentes e áreas diferentes, e estamos familiarizados com esses avanços tecnológicos do chip e do código de barras.
Neste país onde me encontro e a quantidade de gado vacum é mais que cabeças de gado ovino, caprino e bovino, para se andar uma estação, imprimem 6 bilhetes, sendo que são 2 para lá e 2 para cá, mais 2 que não são mais que recibos.
Aqui o único chip que conhecem é o do "Fish and Chips"...
Será que dava para o inventor do Lisboa Viva ou do L123, dar um saltinho aqui à ilha?

Nesse país de férias onde os estrangeiros fazem desaparecer filhas e culpam uma instituição com provas dadas, o lugar marcado é de ouro.
Aqui, marcas o lugar, mas sentas-te onde há lugar, porque se estrabuchas e percebem que és de outro lado, só não te chamam pai e mãe. Vá e João Paulo II...

A única diferença mais gritante entre a CP e a National Express, para além do grito do pica ser em estrangeiro e num altifalante pomposo e fanhoso, é que a segunda empresa dá lucro e os seus gestores vão a pé para o trabalho.

Tirando isso, um comboio, é um comboio.
E este é o que me leva a casa...ou põe-me mais perto.

domingo, 1 de maio de 2011

O filho da Mãe

Hoje, para além do dia Internacional do Trabalhador (que alguns amigos do capital fazem o favor de respeitar religiosamente como a Jerónimo Martins e a Sonae), é também em Portugal o dia da Mãe.
Apesar de ser um filho de várias mães, sou como aquele miúdo que vai ao frigorífico a mando da progenitora buscar duas cervejas e de lá grita: "Mãe, há só uma!!"
Para os que ficaram retidos atrás a pensar como é que sou filho de várias mães, aqui segue a explicação:
Durante a minha vida tenho encontrado pessoas que me têm tratado como um filho.
Foi assim com a Dora e a Vitória, a Catarina e a Maria Elisa, com a minha jóia maior, Esmeralda.
Todas elas ao seu jeito, moldaram um pouco da minha personalidade e sei que posso contar com elas onde quer que estejam.
Mas o dia é da Mãe e não das que a espaços fizeram o seu papel.

E a minha, digam o que disserem é a Maior.

Não é um catálogo de virtudes, bem pelo contrário. Tem-nas dissimuladas por baixo de uma armadura. Quem a conhece bem sabe que por baixo daquele show-off, está alguém com quem se pode contar para a vida.

A minha mãe chama-se Alice, mas o seu país não são só maravilhas.

Alice é desbocada, não gosta de perder no bate-boca, ataca impiedosamente os que lhe estão perto, tem uma gargalhada estridente, um chamamento dos filhos sobejamente conhecido e possui uma mão canhota que ainda hoje põe 2 homens adultos a tremer quando a movimenta.

E pensaram vocês: "Porra, com uma mãe assim..."
Mas Alice não é apenas isto.

É pai, mãe, avó durante as 24 horas do dia.
É enfermeira, doméstica , estafeta e cozinheira 7 dias por semana.
É altruísta, apaixonada e apaixonante.
É maratonista e velocista no que toca ao bem-estar dos outros.
É pediatra, geriatra e clínica geral.
É multifunções, abnegada, sacrificada e muitas vezes empregada de quem podia trabalhar com ela.
Tem reumático, articulações inchadas, limitações no andar e excesso de peso, mas carrega os fardos que os outros lhe põe nas costas.
É culta, divertida, mordaz, acutilante, corrosiva, hilariante, perspicaz.
Tem a ingenuidade própria dos seus 62 anos, quando ao reformar-se, pensou que ia deixar de ter trabalho.
Adorava poder viajar, mas desde que adoptou um filho de 86 anos órfão de pai, não pode.
Nunca nos encorajou directamente a fazer fosse o que fosse na vida, mas também nunca nos disse para não o fazermos e esteve lá sempre para nos limpar as feridas das quedas.
Chora no escuro do quarto e na sua forçada solidão porque não pode fazer mais do que já faz.

A minha mãe é isto e muito mais, mas o resto fica só para nós dois.
E é por isto que a amo incondicionalmente, apesar de ser do Benfica, tadinha.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Da boda e do C... que os F...

Pois que é assim, meus leitores (tu e o outro gajo que vem aqui por engano), se leio ou oiço mais uma palavrinha que seja sobre o casamento real, mato alguém.
Já não basta a Xôdona Rainha me ter pedido uma certa maquia nos impostos para comprar pastéis de Belém e eu ter ficado à rasca para pôr pneus no carro, como agora e a toda a hora me falam do casamento entre a Cátia Bruna Meia Tonelada (Kate Middleton) e o Guilherme Artur Filipe Luis (dados da wikipédia).

Já não suporto o leve pensamento sobre um casamento real, como se os outros fossem fictícios para a tipa arranjar um visto de residência. Tivesse ela casado com o Liedson e já estava safa.
Quem parece também já não poder com isto é Barack Obama, que ficou branco ao saber que afinal era um daqueles primos com quem nos reunimos no Natal, mas que para casamentos, esquece lá isso oh meu!
"Racistas!!!" - exclamou Obama.
A explicação dada pelo porta-voz do Palácio de Resistindo ao Presunto (Buckingham) foi que a cachupa de faisão não fica no ponto com esta temperatura e para mais, mandaram o convite para a morada de família no Quénia, porque a base de dados não está actualizada.

Quem também está pior que pólvora com este casamento é o embaixador sírio a quem foi retirado o convite para assistir ao enlace.
Este comentou entre amigos:"Porra, logo agora que estava a pensar S'íria ou não."

Quem não foi também convidado para a comezana foi o Khaddafi.
Ao que parece, o noivo teve medo que com a Líbia que tem desse a volta à Caty.

Do Médio Oriente, parece que os Afega não estão presentes como forma de protesto contra a guerra no Iraque.

Uma curiosidade deste matrimónio é o facto de os nubentes terem pedido aos convivas para ofertarem donativos para a caridade.
Um membro da União Europeia já afirmou que quanto a eles estava tudo certo até porque já tinham um Troika conjunta com o FMI em Portugal a tratar disso.

O banquete será composto por uma ementa requintada com carne de vaca inglesa, o que levou a que algumas das convidadas tivessem recusado o convite inicial até uma sessão de esclarecimentos sobre o tipo de vacas a que se estavam a referir.
Re-aceitaram o convite depois de o Palácio fazer saber que para serem servidas na mesa real teriam as vacas que ter obrigatoriamente 4 patas, mas que o nome das outras ficaria numa base de dados, para serem comidas vivas no after-party.

Ontem foi o derradeiro ensaio para o desfile pós-cerimónia, mas ao que apurei Guilherme não gostou muito porque após tudo aquilo ainda teve que "gramar" um coche.
Era para ser assim tipo bué, mas foi só um coche.

Fiquei a saber que os sogros da Cátia Bruna, vão atrás no desfile.
Se fossem à frente os cavalos vomitavam, assim só se cagam com medo que os apanhem.
Carlos, Príncipe de Gales, irá acompanhar o desfile também a cavalo, mas ainda não encontraram ferraduras que sirvam à ti Camila.

Amanhã, durante 24 horas será transmitido em todas as televisões do Reino Unido o programa das festas.
Já há muito tempo que estava à espera de uma oportunidade destas para passar 24 horas a ver os 150GB de pornografia que tenho no disco rígido.

Até já correm apostas para se saber quanto tempo se manterão os noivos sem se encornarem e quem será dos dois o primeiro corno.
Eu ainda não fui apostar, porque ainda não percebi se estão a falar do antes ou depois do casamento.

Ainda assim aqui ficam os meus votos de uma grande boda e o C... que os F...!

Ah e mandem uma foto dos dois, porque com o guito que enviei nos impostos, acho que mereço.
Mas sem o emplastro...

domingo, 27 de março de 2011

Orgulhosamente sós

Tenho ultimamente viajado pelo Norte da Europa, pelos ditos países desenvolvidos, mormente pelo Reino Unido, onde falar de Portugal é falar de um país menor, de terceira linha, que não tem nem cultura, nem inteligência para sair das adversidades em que se encontra.
A única maneira de haver uma notícia sobre Portugal é haver uma desgraceira qualquer em que nós sejamos as bestas e eles os bestiais. Foi assim no caso McCann, é assim com as derrotas dos clubes portugueses aos pés dos britânicos ou agora com o impingimento de um cheque oferta (tipo FNAC) da União Europeia para nos tirar de uma crise onde eles mesmos nos ajudaram a meter.
E como bom e patriótico "Portuga", vou usar os termos mais portugueses que possa neste texto doravante.
Ah lá ver atão:

Quando o Viriato, esse pastor que a história consagrou como fundador do povo Tuga, correu com meia dúzia de legiões bem armadas e equipadas de antepassados do tesudo Berloscona, à "padrada" e só se entalou porque houve um outro Tuga engraxador (tradição que ainda persiste em Portugal) que foi chibar (outra tradição que perdura principalmente no mercado de trabalho) como é que a malta lá na Serra fazia a coisa para lhes abrir os cornos romanos à seixolada, onde andavam os gauleses, os iberos, os celtas e bretões, os eslavos?
Não ajudaram na altura, não queremos a vossa ajuda agora.

Quando os castelhanos (esses pulhas), não quiseram dar esta coutada solarenga ao pequeno-grande Afonso e vieram por aí afora armados aos cágados para ficar com isto e o puto teve que se equipar com um exército feito de camponeses e arrebentar com as ventas à mãe e ao avô e veio por aí abaixo a arrebentar o coiro aos tipos das chamuças e serracenos, mais algum povo se chegou à frente para ajudar?
Não, pois não?

Quando os castelhanos (teimosos dum cabrão) quiseram vir para cá gamar o pouco que havia, até um Nuno Álvares Pereira e uma ranhosa de uma padeira começarem a aviar-lhes pão de cacete pelas nalgas adentro e pô-los a ir a Badajoz comprar "chaniatas nos sueldos" ou fazerem Torrão em Alicante para ser vendido nas feiras por malta sem pestaninhas, apareceu algum outro povo a querer ajudar a malta?
Népia, ah e tal não é connosco.

Quando partimos para os Descobrimentos e revelámos a todos os outros, sítios novos para irem estragar e matar e gamar os recursos dos povos, alguém emprestou uma porcaria de uma árvore ao menos para fazer um barquinho a remos? Uma bússola? Alguém para além de nós, inventou novos tipos de navegação, instrumentos náuticos, mapas, para que se dessem novos mundos ao Mundo ou quis financiar a Epopeia?
Néstes...

Quando o Sebastianito, armado em parvo arrancou para Ceuta para ir comprar ganza e com um nevoeiro do caneco, desapareceu e deixou a Tuga desgovernada (acontecimento que se repete ciclicamente), alguém quis ir procurá-lo lá aos gajos que hoje andam nas Docas a vender rosas por 1€ e tapetes às costas? Quiseram foi todos vir para cá mamar os produtos e a riqueza que a malta ia trazendo lá dos novos buracos que ia descobrindo.
E os 3 Filipes que por aqui andaram uns anitos armados em Khaddaffi's do século XVI, que teve que vir um Mestre da Avis (não a empresa do Rent-a-car, quanto muito um Rent-a-horse) fazer-lhes a folha e à corja que os apoiava, algum outro país de corsários quis vir ajudar a malhá-los daqui para fora?
Tá quieto, oh macho!

Quando o terramoto deu cabo desta porra toda e matou gente como o raio, alguém mandou um tusto para ajudar a pôr em pé de novo? Pois não, mas para o Haiti e para os gajos do olho em bico que são parte do G7, já sabem pedir, não é?

Ou quando o rabeta do Napoleão, esse meia-queca mal dada (se não fosse a Bruni, diria que era o Sarkozy do século XVIII) veio por aí a fora até Torres Novas, ajudado pelos castelhanos (mais uma vez, começo a notar um padrão nestes tipos), gamar os túmulos dos nossos reis e as nossas jóias da coroa, quem veio ajudar?
Os inglas, mas como paga, ficaram com as caves do Vinho do Porto. Ajudas dessas, amigos? Arre porra!

Quando estivemos debaixo de uma ditadura embrutecedora de 50 anos, alguém veio dizer que o nosso Saddam ou Mobutu ou Khaddafi, era melhor que os outros todos que eles quiseram limpar o sebo? Ah e tal, é problema interno. Mas a Líbia e o Iraque só por causa do pitróil já é deles.

Agora, que nos meteram nessa merda da UE e que nos deram cabo das frotas de pesca e da agricultura, que pagam à malta para não trabalhar, nem produzir e que esta porra do capitalismo deu para o torto e anda tudo a tunir, querem mandar o FMI e cheques de biliões para a malta sair de uma crise que eles todos (com muita ajuda interna) nos meteram?

Penso falar em nome de todos os heróis anteriores quando digo:

Oh pá, pó Caralho mais o teu cheque, Merkle e Barroso!!!
Para a Real puta que te pariu, oh Cameron mais à tanga da mais antiga aliança.
Sarkozy, este dedo médio hirto com os outros dobrados na mesma mão, é para o teu povo e para ti!

Somos um povo de luta que sozinho e com gente digna a liderar conseguimos sair deste buraco onde nos colocaram.
Fomos o primeiro Estado-Nação do Mundo.
Fomos a maior potência ultramarina mundial.
Mantivemos uma guerra contra 5 países, quase em simultâneo. Sozinhos!!
Mudámos para uma democracia sem ajuda da CIA, KGB ou MI5.
E agora, conseguiremos tudo outra vez.

Sozinhos!!!